segunda-feira, 27 de agosto de 2007

O Professor de Dança

Eu estava assistindo a uma entrevista do Augusto Boal, criador do Teatro do Oprimido num programa de TV. Ele contou que ministrava aulas de teatro em Londres e lhe chamava atenção um aluno em especial. Portador de necessidades especiais, preso a uma cadeira de rodas, sem os movimentos das pernas e dos braços, se comunicava apenas por um aparelho q codificava a fala, traduzida pela enfermeira. Ia de trem de Liverpool, duas vezes por semana, numa viagem de 2horas de duração.
Terminado o semestre, Augusto perguntou a esse aluno o que faria nas férias.
Para surpresa, ele respondeu dizendo que era professor de dança para alunos como ele, portadores de necessidades especiais.
Espantado, Augusto pensou (como vc deve estar pensando)....como ele ensinaria sem ter os movimentos dos principais membros exigidos pela dança????
A resposta foi incrível:
-Se você é Barishnikov ou Nureyev, você faz piruetas no ar. Senão, vc pode dançar apenas com os olhos, com a cabeça, com a alma.

(...)se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar (...)


Pois é.
Me lembro de 1987. Era dezembro e eu comprei o LP Que País É Esse? da Legião Urbana.
Pra explicar: Legião era tudo. Quase nunca apareciam na TV. Era um mito.Legião representava a voz da minha geração. Foi a banda que me fez dar atenção aos encartes com letras nos discos. A banda que me fez ser músico e ter uma banda. E compor.
Todo mundo queria compor como Renato Russo-Dado Villa Lobos-Marcelo Bonfá.
Esperei 6 meses pros caras virem à Porto Alegre tocar o disco q havia comprado.
A cidade parou. Teve show extra no outro dia. O Gigantinho ficou pequeno. Pude escutar os quase 10 minutos de Faroeste Caboclo na íntegra, ali, bem pertinho do palco. Loucura coletiva.

Passados todos esses anos, já dez da morte do Renato, quando recebo um telefonema em casa do André Rafael, do Rio de Janeiro, me convidando pra fazer uma letra pro disco solo do Marcelo Bonfá....sim o baterista da Legião Urbana.
Não acreditei. Vi o sonho de poder fazer parceria com um dos caras que me influenciaram diretamente.
Recebi o mp3 com a melodia e escrevi CONTANDO ESTRELAS. Uma balada bem suave, fiz uma letra idem.
Dois dias depois, o André me liga e diz q o cara adorou e que me mandaria mais duas letras pra eu fazer.
Trocamos telefonemas, emails...e a parceria vai bem.

Só a música proporciona tamanho prazer e realização.
E o disco dele tá ficando ótimo.
www.marcelobonfa.com.br

Evolução sonora


Estava em casa observando os encartes dos dois álbuns da Stereobox.
O primeiro disco, o Bem-vindos Showbizz (AR Discos/2001) trazia 4 carinhas enlouquecidos no Rio de Janeiro, gravando num dos maiores e melhores estúdios do mundo, o AR Studios www.arstudios.com.br
Tinha passado a fase ruim...cada um já estava morando num lugar seu, mesmo alugado, mas seu.
Videoclipe gravado, gravadora montada.
O disco cheio de músicas alegres, acordes abertos.

Depois, começa uma fase densa. Sem gravadora, de volta pra casa.
Músicas densas como a fase. Dá pra ver a diferença da sonoridade, também pelas fotos dos encartes. No Hábitos Estranhos (Indie Records/2005) ninguém sorrindo na foto.
Fomos ainda ultrajados dentro da gravadora que decidiu "lançar" o cd. Realmente, lançaram nas gavetas dos engravatados homens que decidem o que "deve" ser sucesso num país onde meia dúzia de artistas "bombam" na mídia.

Desabafei, pronto!

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Tchururururu...


Revirando meu baú em casa, encontrei essa folha com a letra de "Nosso Amor Anda Tão Bem" quando foi escrita. Tanto q tentei outros títulos como "Mais" e assim por diante. Fora as partes originais, depois alteradas. Isso foi em agosto de 2000, quando ainda morava no Rio com a banda, na casa da 19 de fevereiro, em Botafogo. Lembro bem. Saí de uma aula na Lapa, onde eu ensinava matemática à crianças e adultos carentes. Fui caminhando e a melodia da música apareceu...aquele tchururururururu....que lembra a introdução de steel guitar de Ultimo Romântico do Lulu.
Depois pra colocar a letra foi barbada. Pensei num amor à distância...que dá certo só assim...um em cada canto. Amor com liberdade compartilhada!
Gravamos em casa, no Big Egg Box, a primeira versão.
Depois fomos até Bonsucesso, na casa do Renato Rocha (Detonautas), que fez uma primeira mix bacana.
Acabou virando nosso primeiro single, nosso primeiro videoclip...

As coisas q vc me deu...............

1 + 1 + 1

Esse é o logo que criei pro meu trio. Música de origem.
Tenho maior orgulho de ter um trio como esse.
Eu, Everson Borges (baixo) e Leandro Lange (bateria) desfilando clássicos e novidades.
Estar entre amigos e ainda fazer um som.
Pegar a estrada escutando as palhaçadas do Tio Leandro, os comentários centrados do Ever (o traste!!!)...e ainda nos pagam pra isso.
E hj tem tudo isso em Imbé"verly hills"....com a pizza do Joes Bar.
Là vamos nós...
www.joes.com.br

Adoráveis na contramão!

Dia desses recebi do meu cumpadre Inchauspe um arquivo em mp3 com uma versão da minha "Adorável Ladra", gravada por uma banda da cidade de Cruz Alta, chamada Na Contramão. Fiquei bobo, cheio de ego, mesmo antes de escutar. Mandei um email pros caras agradecendo e parabenizando pelo trabalho. O baterista fez contato, conversamos, MSN...aquela coisa...Resultado:
Em 15 dias eu estava em Cruz Alta, participando do show dos caras, onde cantamos e tocamos Adorável Ladra, Os Anjos e outras...na Op´s...baita casa de lá...ta aí a foto da passagem de som.
Guardem esses nomes: Juliano (o Fapa!), Lucas, Maurício (Gianequini!) e meu novo amigo de infância, o Serjão Tuka. Abração também pro Tiago Fortes, Pop Rock, Rafa Daronco, Família Schulz (Simone, Nicolas, Victor, Maria Fernanda e Lucas), Isabele Lopes, Galera da Geral.
Valeu Cruz Alta, tá tudo só começando.

Definitivamente....um blog...é o ó!




Esse é o 19° blog que eu vou tentar administrar. Dessa vez, vou centralizar tudo nesse: vida pessoal, filhos, meus projetos, música,composições, amigos de sempre, amigos de agora, novos amigos de infância, aquecimento global, Grêmio, Programa Rock Nas Coxilhas, Stereobox, IQO Trio, Eu & Sessé, Sessé & Eu, Armação Ilimitada, ...

Adorei esse título "O ó!". Bem brasileiro. Uma corruptela da expressão "O ó do Borogodó", que significa algo ruim, sem qualidade. Mas é engraçado. Vai ser o título do meu álbum solo. Mas disso eu falo depois.

Não a Stereobox não acabou